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Brasil envia 32 bombeiros e 10 toneladas de ajuda humanitária ao Haiti após terremoto

Um grupo de 32 bombeiros e mais de dez toneladas de insumos para ajuda humanitária foram enviados pelo governo brasileiro ao Haiti neste domingo (22). O país foi atingido na semana passada por um terremoto que matou mais de 2.200 pessoas. 

Distribuição de comida no Haiti tem provocado cenas dramáticas diante da necessidade dos milhares de afetados pelo terremoto no país.
Distribuição de comida no Haiti tem provocado cenas dramáticas diante da necessidade dos milhares de afetados pelo terremoto no país. Reginald LOUISSAINT JR AFP
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Com informações dos enviados especiais da RFI em Beaumont (Haiti), Stefanie SchülerNicolas Benita.

Na base aérea de Brasília, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro acompanhou a partida do avião militar KC-390 Millenium e afirmou que "a solidariedade é uma marca do povo brasileiro".

Ao lado do presidente, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, informou que tinha recebido um pedido de ajuda do país caribenho há cerca de uma semana. "Essa missão foi rapidamente programada (...) entre as forças armadas com nosso corpo diplomático e outras organizações.

O avião da FAB (Forças Aéreas Brasileiras) partiu levando 32 bombeiros, para trabalhar na busca de corpos, e "quase sete toneladas de material e equipamentos de emergência" e "mais de 3,5 toneladas de medicamentos e insumos estratégicos" para situações de desastres, entre eles "macas, colares cervicais, biombos" e insulina, conforme comunicado do ministério da Defesa.

O KC-390 Millennium primeiro fará escalas no Pará e na Bahia, e deve chegar a Porto Príncipe ainda na tarde deste domingo.

O Brasil liderou a Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH), entre 2004 e 2017.

Ajuda humanitária ainda não é suficiente

Oito dias após o terremoto de 7.2 graus na escala Richter que provocou mais de 2,2 mil mortes e deixou 12 mil feridos, a ajuda humanitária ainda não é suficiente para a necessidade dos milhares de haitianos atingidos.

Mais de 130.000 casas foram destruídas ou gravemente danificadas. Enquanto aguardam a chegada da ajuda, as pessoas vagueiam entre as ruínas. Nas ruas, os sobreviventes lutam diariamente para encontrar água e alimentos, enquanto as distribuições humanitárias são insuficientes.

As organizações internacionais temem a piora da situação de insegurança alimentar no país, o mais pobre das Américas.

Nas áreas rurais afetadas pelo terremoto, ainda faltam médicos, profissionais de saúde e remédios. Os feridos nessas comunidades levam dias para chegar aos centros de saúde mais próximos e, mesmo depois de tratados, têm dificuldades para voltar para casa.

"Este paciente vem de Pousseline, na cidade de Roseaux. A estrada para Pousseline foi danificada, então não era possível trazê-lo a este centro de saúde de motocicleta ou em qualquer outro veículo. O helicóptero foi buscá-lo e levou para Porto Príncipe", diz Pierre Alexandre, o administrador do centro de saúde Beaumont. Após receber o tratamento em Porto Príncipe, o paciente doi deixado em Beaumont, para retornar a sua casa.

Mas, como explica Pierre Alexandre, o paciente tem uma fratura no pé esquerdo e não poderia caminhar até Pousseline. Ele segue no centro de saúde à espera de transporte.

Reconstrução

A distribuição de comida e água às famílias que perderam tudo é a prioridade número um das autoridades, junto com o cuidado das vítimas. No entanto, a Defesa Civil já está entregando materiais de construção, lonas plásticas, tábuas e pregos, para as comunidades devastadas pelo terremoto. 

Diante dos escombros, Etienne Andre Franel assiste a uma retroescavadeira retirar o que restou do seu hotel: "Não havia nada que pudéssemos fazer".

Há uma semana, o hotel tinha dezenove quartos, uma sala de conferências e duas salas de recepção. A força do terremoto dividiu o hotel em dois e a fachada desmoronou.

"Levei de quatro a cinco anos para construir o hotel com minhas próprias mãos. Olhando para os escombros, tenho uma sensação estranha. Mas eu estou tentando superar isso, porque a vida continua e é apenas material", diz Franel, tentando manter a esperança. 

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