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África do Sul/Justiça

Justiça sul-africana condena oito policiais por morte de taxista amarrado em viatura

A justiça da África do Sul condenou nesta quarta-feira (11) oito policiais a 15 anos de prisão pelo assassinato de um taxista moçambicano que foi amarrado na parte traseira de um carro da corporação e arrastado cerca de 400 metros numa estrada na periferia de Joannesburgo.

A morte do taxista moçambicano pela polícia sul-africana provocou uma onda de protestos no começo de março.
A morte do taxista moçambicano pela polícia sul-africana provocou uma onda de protestos no começo de março. Reuters
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O crime, que aconteceu em fevereiro de 2013, foi filmado por uma testemunha e o vídeo amador, exibindo o suplício imposto ao taxista moçambicano Mido Macia, de 27 anos na época, provocou uma onda de indignação mundial, além de semanas de protestos contra a violência xenófoba na África do Sul.

O moçambicano tinha sido detido pelos policiais após uma discussão sobre estacionamento numa praça de táxi. A versão oficial foi de que os policiais detiveram o taxista porque ele perturbava o trânsito na área. A autópsia revelou que o jovem morreu vítima dos ferimentos na cabeça e hemorragias internas.

Ao ler a sentença de 15 anos de prisão contra os oito policiais, o juiz Bert Bam, do Tribunal Superior de Pretória, qualificou o crime de uma "barbárie totalmente inaceitável". "As imagens falam por si: arrastar um indivíduo na traseira de um carro é totalmente inútil, ilegal e absolutamente injustificável", acrescentou.

Para o juiz, o que torna a atitude dos policiais "ainda mais repreensível é o fato de terem atacado covardemente em uma cela o homem que estava indefeso e gravemente ferido". O magistrado se referia aos golpes sofridos pelo taxista após o suplício vivido nas ruas com a viatura dos policiais.

Em agosto de 2015, os oito policiais foram considerados culpados pela morte do taxista moçambicano e estavam sujeitos à pena máxima de 15 anos. Durante o processo, eles disseram que o taxista resistiu à prisão e os teria insultado. O motorista da viatura alegou que não sabia que o homem estava amarrado na viatura quando ele deu a partida no carro. O juiz recusou o argumento, considerando-o "improvável".

Caso semelhante abalou o Rio de Janeiro

Esse crime lembra um caso semelhante ocorrido com a carioca Claudia Silva Ferreira, mãe de quatro filhos. Em março do ano passado, a PM do Rio de Janeiro arrastou a mulher por 250 metros na zona norte do Rio. Ela tinha sido baleada e era transportada para o hospital, quando caiu do porta-malas do carro da polícia. Apesar de alertados por pedestres e motoristas, os PMs não pararam. Um cinegrafista amador que passava pelo local registrou a cena num vídeo.

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