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Angola

Relatos de violações nas Lundas ouvem-se em Portugal

Esta manhã o gabinete do Parlamento Europeu, em Lisboa, acolheu dois testemunhos sobre a violaçao dos direitos humanos na Lunda-Norte. A audiência organizada pela eurodeputada portuguesa socialista, Ana Gomes, pretende chamar a atenção das autoridades portuguesas para esta situação.

Capa do livro do jornalista e activista angolano, Rafael Marques, "Diamantes de sangue"
Capa do livro do jornalista e activista angolano, Rafael Marques, "Diamantes de sangue"
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Em declarações à RFI Rafael Marques, jornalista e activista, que esteve presente na audiência afirmou pela primeira vez em Portugal se ouviram as vozes de duas vítimas de violações dos direitos humanos na Lunda-Norte, em Angola. O jornalista deu como exemplo o testemunho de Linda Moisés da Rosa, uma mãe que perdeu dois filhos no espaço de dois meses e acrescentou ainda que a camponesa foi alvo de tentativa de suborno para que se mantivesse em silêncio e desistisse da viagem a Portugal.

01:10

Rafael Marques, jornalista e activista angolano

Com o tema Diamantes, Milionários, violência e Pobreza nas Lundas, a iniciativa organizada pela eurodeputada portuguesa socialista, Ana Gomes, pretende avaliar o impacto das violações dos direitos humanos nas relações entre a União Europeia e Angola. Ana Gomes denunciou a inércia das autoridades portuguesas e da Comissão Europeia na resolução destes casos e afirma que se vai continuar a bater pelo respeito dos direitos das populações nas Lundas. 

01:14

Ana Gomes, eurodeputada portuguesa do partido socialista

Recorde-se que a Corte Real do Lunda Tchokwé, na pessoa do seu “Rei” Carlos Manuel Muatxissenge Watembo, exigiu em 2008 do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, o reconhecimento da constituição de um “Governo Regional do Leste de Angola” (Moxico, Cuando Cubango e Lundas Norte e Sul).O sentimento de autodeterminação do Reino Lunda Tchokwé fundamenta-se num Tratado de Protectorado assinado com Portugal no século XIX.

 

Entretanto, a nível da liberdade de expressão e justiça, o jornalista e Director de Informação da Rádio Despertar, próxima da Unita, Queirós Anastácio Chilúvia, foi esta sexta -feira, 7 de fevereiro, condenado por um tribunal em Luanda, a seis meses de prisão, com pena suspensa, por difamação à polícia angolana, por ter noticiado actos de espancamento numa esquadra da polícia, em Luanda.

 

Em entrevista a João Matos, o jornalista e professor universitário, especialista de direitos humanos, Domingos da Cruz, considera que a justiça angolana não é independente e que está atrelada ao poder político, que não respeita o direito de informar da imprensa.

 

01:26

Domingos da Cruz, jornalista e universitário angolano

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