Governo moçambicano e Renamo de costas voltadas
A Renamo, primeira força da oposição, continua a exigir a presença de mediadores internacionais para reatar o diálogo com o governo. O executivo de Maputo persiste, por seu lado, em descartar essa possibilidade. A nova ronda negocial agendada para esta segunda-feira não teve, por isso, lugar.
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O movimento da perdiz afirma aguardar ainda uma resposta a uma missiva endereçada ao chefe de Estado.
O governo da Frelimo (Frente de libertação de Moçambique), partido no poder, admite a possibilidade de facilitadores, mas exclusivamente nacionais.
Já foram 24 as rondas negociais mantidas entre as partes, sem que se tenha conseguido desbloquear o impasse.
A Renamo (Resistência nacional moçambicana) exige, nomeadamente, a paridade dos órgãos eleitorais, tendo optado por nem participar nas eleições autárquicas do passado dia 20, ganhas pela Frelimo em 50 municípios, com três autarquias a ficarem nas mãos do MDM (Movimento democrático de Moçambique), terceiro maior partido do país.
Paralelamente o norte e, sobretudo, o centro do país, feudos tradicionais da Renamo, têm sido palco nos últimos meses de ataques atribuídos pelas autoridades a membros desse partido.
O respectivo líder, Afonso Dlhakama, que se acantonara na região central da Gorongosa encontra-se ainda em parte incerta após um ataque do exército à sua base.
Trata-se da pior crise político-militar desde o Acordo de paz de Roma de 1992 entre o executivo moçambicano e a Renamo, pondo fim à guerra civil.
Orfeu Lisboa, correspondente em Moçambique, conta-nos os últimos desenvolvimentos deste braço de ferro.
Correspondência de Maputo
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