Vésperas de autárquicas em Moçambique

A 24 horas das eleições autárquicas de Moçambique, o ambiente permanece tenso, com um novo ataque esta manhã no centro do país que causou três feridos ligeiros, de acordo com fontes hospitalares.

Gorongosa, no centro de Moçambique, epicentro da tensão dos últimos dias DR

Homens armados atiraram contra veículos que circulavam sob protecção de uma escolta militar de Muxungué em direcção ao rio Save na principal estrada de Moçambique. Este novo ataque surge no momento em que o país se prepara para eleições autárquicas com pano de fundo de crispação, já que nas últimas semanas se têm multiplicado os confrontos essencialmente no centro do país entre combatentes da Renamo e forças governamentais, devido ao diferendo entre o movimento e o executivo em torno da lei eleitoral.

Nos últimos dias, muitos habitantes do centro de Moçambique têm abandonado a região por recear novos confrontos e as próprias autoridades estão de sobreaviso face às reiteradas ameaças por parte da Renamo de inviabilizar um processo que desde já boicota. Contudo, ainda hoje o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, deu uma outra tonalidade às recentes declarações do seu partido e afirmou à imprensa que a Renamo não tem um "plano pontual" para inviabilizar as eleições, mas reiterou que o escrutínio "é ilegitimo" sem a sua participação.

Foi neste contexto de expectativa que se têm ultimado os preparativos para as autárquicas desta quarta-feira. Ao todo, um pouco mais de 3 milhões de eleitores vão ser chamados às urnas amanhã para eleger os seus representantes em 53 dos 128 distritos municipalizados do país, em condições que até agora as autoridades têm considerado seguras. Mais pormenores com Orfeu Lisboa.

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Orfeu Lisboa, correspondente da RFI em Moçambique