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Costa do Marfim/Eleições

Partidários de Ouattara convocam greve geral na Costa do Marfim

O impasse político continua na Costa do Marfim. O presidente derrotado, Laurent Gbagbo, se recusa a deixar o poder para seu rival Alassane Ouattara, reconhecido pelas Nações Unidas e pela comunidade internacional como vencedor das eleições de 31 de outubro passado. E nesta segunda-feira os partidos políticos pró-Ouattara convocaram uma greve geral pedindo que o país inteiro cesse suas atividades até a saída de Laurent Gbagbo.

Alassane Ouattara durante uma coletiva de imprensa no dia 24 de dezembro.
Alassane Ouattara durante uma coletiva de imprensa no dia 24 de dezembro. ©REUTERS/Stringer
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O apelo à greve não está sendo muito seguido, mas Gbagbo continua sob forte pressão, tendo em vista que países vizinhos da África Ocidental ameaçaram com uma operação militar contra seu regime. 

Em entrevista ao jornal francês Le Monde, Laurent Gbagbo disse que está levando à sério a ameaça, mas evocou o respeito ao Direito para justificar sua manutenção no poder. O Conselho Constitucional, jurisdição suprema da Costa do Marfim, o havia proclamado presidente, enquanto Alassane Ouattara foi designado vencedor pela comissão eleitoral.

Os partidários do presidente derrotado previram uma manifestação pacífica na próxima quarta-feira, dia 29, em Abidjan. Laurent Gbagbo denuncia um complô franco-americano para derrubá-lo. Ele acusa os embaixadores da França e Estados Unidos no país de, no dia 2 de dezembro, terem levado o presidente da Comissão Eleitoral Independente, Youssouf Baka-yoko, ao Hotel do Golfo, onde está instalado o seu rival Alassane Ouattara.

Em seguida, a Comissão anunciou os resultados provisórios das eleições, apontando Ouattara como vencedor. Mas Laurent Gbagbo alega que, nesse meio tempo, o Conselho Constitucional costa-marfinense reconheceu sua vitória.

A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) ameaça recorrer à força para instalar o vencedor legítimo, Alassane Ouattara, no poder. Uma ameaça que o campo rival considera inaceitável. Mas, antes de pegar nas armas, a Comunidade decidiu enviar nessa terça-feira uma missão africana com chefes de Estado de três países-membros para tentar convencer o perdedor a deixar o poder. O comitê será formado pelos presidentes Ernest Bai Koroma, de Serra Leoa, Pedro Pires, do Cabo Verde, e Thomas Yayi Boni, do Benim.

Durante essas articulações diplomáticas, a pedido das autoridades reconhecidas como legítimas da Costa do Marfim, o avião oficial de Laurent Gbagbo foi imobilizado no domingo no aeroporto franco-suíço Basel Mulhouse Freiburg, onde tinha feito escala para manutenção técnica. O aeroporto, que tem somente um terminal, está localizado na França, perto da cidade francesa de Mulhouse, e da Basileia, na Suíça.

Desde as eleições, os conflitos entre partidários rivais já causaram a morte de 173 pessoas, segundo a ONU.

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