ONU publica relatório sobre década de crimes na RDC
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os direitos humanos deve publicar em Setembro um relatório sobre uma década de guerra na República democrática do Congo. O dedo é apontado a militares ruandeses ou apoiados pelo regime de Kigali. O diário francês Le Monde publicou as linhas mestras do documento denunciando casos que poderiam ser mesmo de genocídio.
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As Nações Unidas denunciam ataques sistemáticos e generalizados contra os hutus refugiados no antigo Zaire entre 1996 e 1998.
O relatório avança com a informação de que poderiam existir dezenas de milhar de vítimas.
Em causa estaria o papel desempenhado pelo Exército patriótico ruandês e pelos seus aliados das Forças democráticas para a libertação do Congo. Esta é uma coligação apoiada por Kigali e conduzida por Laurent Désiré Kabila, o pai do actual presidente da RDC, que tomou o poder em Kinshasa em Maio de 1997.
Os ataques teriam sido perpetrados nomeadamente com armas brancas, caso de martelos.
De acordo com o jornal Le Monde o presidente ruandês, Paul Kagamé, teria tentado abafar este relatório.
Mas não só o Ruanda é citado, ao todo são oito os países implicados, incluindo o Uganda e Angola.
No caso angolano Luanda é acusada de ter aproveitado o facto de estar presente em Kinshasa em 1997 para reprimir as populações de Cabinda refugiadas neste país.
De acordo com o relatório "as Forças Armadas Angolanas (FAA) teriam levado a cabo verdadeiras operações de limpeza, executando todos os suspeitos de conluio com os inimigos. AS FAA teriam aproveitado para violar mulheres e saquear casas."
Luanda teria protestado, embora de forma discreta, alega Le Monde, contra estas acusações.
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