Na Guiné-Bissau, a reunião das chefias militares da CEDEAO foi cancelada

A RFI apurou que os últimos desenvolvimentos em Bissau estariam na base da decisão do adiamento da reunião da comunidade económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), prevista para hoje.

Mapa dos países da CEDAO.

O cancelamento, anunciado à última hora, foi comunicado à imprensa por fontes militares, com a justificação de dificuldades logísticas. No entanto, e segundo as fontes por nós contactadas, a nomeação do major-general António Indjai para o cargo de Chefe das Forças Armadas guineenses obrigou a que, a nível político, haja uma inversão de posição em relação à situação em Bissau.
As nossas fontes admitem que a posição crítica dos Estados Unidos em relação à escolha do general Indjai para a chefia do exército guineense está a ser levada em conta, pelo menos a nível político, em vários países da CEDEAO.
Entretanto, e de acordo com fontes militares em Bissau, o major-general António Indjai toma posse no seu novo cargo de Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas guineenses, amanhã, diante do Presidente Malam Bacai Sanhá, na sua qualidade de comandante em chefe das Forças Armadas.
António Indjai é um militar de carreira, com mais de 40 anos de serviço, tendo participado na luta armada pela independência da Guiné-Bissau e na guerra civil de 1998/99 ao lado da Junta Militar.
Homem de confiança do falecido general Tagmé Na Waié, Antonio Indjai passou a ser mais conhecido na Guiné-Bissau quando dirigiu a zona militar norte onde se situa o quartel de Mansoa, uma das mais importantes unidades militares da Guiné-Bissau, justamente onde se encontra detido o almirante Zamora Induta, ex-chefe do Estado Maior destituído por Indjai no dia 01 de Abril passado.
Indjai foi também quem dirigiu os combates militares entre o exército guineense e os rebeldes da Casamança em 2005 quando estes entraram pelo território da Guiné-Bissau na zona de São Domingos.

Com o nosso correspondente em Bissau, Mussa Baldé