A capital acolheu conferência sobre reforma do sector da defesa e segurança

Encerrava nesta quinta-feira na capital guineense uma conferência de dois dias sobre a reforma dos sectores de defesa e segurança, uma reforma por ora suspensa com ainda por resolver a questão da nova hierarquia militar.

O presidente guineense, Malam Bacai Sanhá (à esquerda) e o primeiro- ministro Carlos Gomes Júnior . Abdurahamane Turé

Os acontecimentos de 1 de Abril passado traduziram-se na captura do chefe de Estado maior das forças armadas, Zamora Induta, pelos seus subordinados. Os militares chegaram, na altura, a convocar por algumas horas o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.

Este último regressou na semana passada ao país após praticamente 45 dias de ausência, oficialmente por razões de saúde e encerrou o evento, apelando a que a ocorrência de 1 de Abril não se repetisse.

Aqueles acontecimentos levaram a que a União Europeia suspendesse o início de uma nova missão visando a aplicação prática da reforma do sector de defesa e segurança.

Os 27 condicionaram o início de uma nova missão à nomeação de novas chefias militares e à libertação de Zamora Induta, reduzindo a sua missão actual ao mínimo.

Na abertura nesta quarta-feira da conferência o presidente da república, Malam Bacai Sanha, apelou aos parceiros guineenses para que mantenham o apoio às autoridades de Bissau na aplicação da reforma do sector de defesa e segurança.

A embaixada americana no vizinho Senegal anunciou em comunicado nesta quinta-feira que os Estados Unidos só apoiarão a reforma do sector em causa se ficar claro que as forças armadas se vão submeter ao poder político.

Vladimir Monteiro, porta-voz da ONUGBIS, Escritório das nações unidas em Bissau, alega que o objectivo deste acontecimento era sensibilizar os diversos actores para a importância e urgência desta reforma na preparação de um outro encontro, agendado para Nova Iorque.

Ouça a entrevista de Vladimir Monteiro, porta-voz da ONUGBIS, realizada por Liliana Henriques.

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Vladimir Monteiro