Investimento sul africano em Moçambique

 O Director Executivo da Câmara do Comércio Africa do Sul–Moçambique, Dave Robertzee, considera que a estabilidade política em Moçambique é um factor positivo para o investimento.

Dave Robertzee, Director Executivo da Câmara do Comércio África do Sul-Moçambique. João de Sousa

Com o nosso correspondente em Pretória, João de Sousa

Há muito que Moçambique procura atrair investimento sul africano em diferentes áreas de actividade. Os últimos 3 anos permitiram o alargamento dessa cooperação que se centra essencialmente no turismo, na prestação de serviços e até em actividades complementares de apoio à industria mineira.
Só este ano, em diferentes províncias sul africanas houve 3 Seminários : o primeiro destinado a atrair investimento para Nampula, o segundo realizado em Klerksdorp, tendo por base investimento no sector mineiro e agrícola e o último em Newcastle, com a tónica virada para o investimento na indústria têxtil.

O Director Executivo da Câmara do Comércio sul africano, Dave Robertzee considera que “a estabilidade política em Moçambique é um factor positivo para o investimento”. Refere-se aos mega projectos da Província de Tete, especificamente na indústria mineira, como "um atractivo para os investidores sul africanos" e adverte que, “embora a lei não obrigue a isso, é de todo recomendável que ele seja feito em parceria com empresários moçambicanos”.

Um dos aspectos constantemente referidos pelos empresários sul africanos relaciona-se com a demora por parte das instituições moçambicanas numa resposta rápida aos seus pedidos de investimento. E quando assim é, muitos investidores interessados, acabam por desistir. Dave Robertzee considera que por vezes é preciso algum tempo para se tomar a decisão.

Lembramos que a base para o investimento e para as trocas comerciais, embora existentes no período colonial, acabaram por ser reforçadas em 1994, aquando da posse de Nelson Mandela como Presidente da República Sul Africana. Floyd Loui, Director Executivo da Invest North West, considera que “Moçambique pode constituir uma plataforma para que os sul africanos possam também procurar novos mercados nos paises africanos de expressão portuguesa”.

As perspectivas de investimento sul africano em Moçambique podem vir a aumentar até final de Dezembro. Por enquanto, o interesse dos sul africanos vai para o sector agrícola e turismo. A estabilidade política em Moçambique permite abrir outras janelas de oportunidade, que a breve trecho se poderão alargar a outras áreas, nomeadamente ao sector mineiro e têxtil.