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Linha Direta

Cúpula de Segurança Nuclear foca na Coreia do Norte

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Líderes de cerca de 50 países estão reunidos, nesta sexta-feira (1°) em Washington, na Cúpula de Segurança Nuclear, para encontrar maneiras de combater algumas das maiores ameaças globais. O encontro foi lançado por Barack Obama no seu ambicioso discurso em Praga, em 2009, almejando um mundo sem armas nucleares.

O presidente francês, François Hollande, durante reunião bilateral com Barack Obama
O presidente francês, François Hollande, durante reunião bilateral com Barack Obama STEPHANE DE SAKUTIN / AFP
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Ligia Hougland, correspondente da RFI em Washington

A primeira Cúpula de Segurança Nuclear foi realizada em 2010 também em Washington. Seis anos depois, há uma menor empolgação tanto dos participantes quanto de Obama. O tom é menos ambicioso e mais cauteloso do que aquele que sonhava com um mundo totalmente livre de ameaça nuclear.

Talvez seja porque o presidente americano já está no fim do seu mandato ou talvez porque os participantes estejam desiludidos com o caráter universal e extremamente violento das atividades de grupos terroristas, particularmente do grupo Estado Islâmico, e o comportamento cada vez mais confrontador da Coreia do Norte.

A Casa Branca fala que esse é um evento de transição e o clima parece mesmo de despedida Em vez de se falar da erradicação de armas nucleares, o que mais se discute é como evitar a proliferação de material nuclear e como conter situações que podem resultar em ameaças graves.

Foco na Coreia do Norte

Há um grande foco na Coreia do Norte. Uma indicação disso é a especial atenção que Obama está dando ao presidente chinês, Xi Jinpin. Ele é o único chefe de estado, além de François Hollande, com quem o presidente americano agendou um encontro bilateral durante a cúpula.

Na quinta-feira (31), Obama também se reuniu com o primeiro ministro do Japão, Shinzo Abe, e o presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, com o objetivo de solidificar uma parceria entre os dois países, que nem sempre têm um ótimo relacionamento, a fim de lidar com a ameaça da Coreia do Norte que ambos compartilham.

Outra grave ameaça à segurança global é representada pelo Estado Islâmico e como evitar que o grupo tenha acesso a materiais que possam ser usados para criar armas nucleares ou uma "bomba suja" de dispersão radioativa.

Em 2010, o Irã era o país considerado como maior ameaça à segurança mundial, mas agora a Casa Branca diz estar satisfeita com como o país asiático tem cumprido todos seus compromissos. No entanto, o Irã não foi convidado a participar da Cúpula.

E, nesta sexta-feira, Obama vai se reunir com os países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha, para falar sobre o progresso que tem sido feito na implementação do acordo com o Irã.

Reação da Casa Branca ao boicote de Vladimir Putin

O presidente russo, Vladimir Putin, boicotou a cúpula. Em conversa com a imprensa esta semana, os representantes do governo Obama, de modo geral, agiram como se a não participação dele não fosse muito significativa e salientaram que a Rússia tem cooperado com questões nucleares, inclusive para conter o programa nuclear iraniano.

Mas o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest disse que isso mostra como a Rússia está isolada do resto da comunidade internacional. Mas a verdade é que isso também aponta para a improbabilidade de serem realizados acordos nucleares em âmbito global.

Presidente da Turquia na está satisfeito

Já presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, apesar de estar participando da Cúpula em Washington, não parece estar muito satisfeito com o grau de atenção que lhe foi oferecido pela Casa Branca.

Na quinta-feira, ele se encontrou com o vice-presidente Joe Biden e com o secretário de Estado John Kerry, mas não teve encontro oficial com Obama. Erdogan criticou a política do presidente norte-americano em relação à Síria, além do relacionamento dos Estados Unidos com os curdos, quando apareceu em "think tanks" na capital americana.

E, segundo diversos relatos, seu pessoal de segurança confrontou jornalistas e grupos que protestavam contra Erdogan na quinta-feira.

Dilma cancelou participação

A presidente Dilma Rousseff cancelou praticamente de última hora sua ida a Washington para participar da Cúpula, mas o fato não teve destaque no noticiário americano. Apenas poucos veículos dedicaram alguns parágrafos a essa notícia, destacando principalmente a crise política no Brasil.

A verdade é que Dilma, ao contrário de Lula, não é uma figura de grande relevância ou interesse em questões de política internacional e segurança global. Mas os presidentes Mauricio Macri, da Argentina, e Michelle Bachelet, do Chile, estão representando a América do Sul no evento.

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