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Venezuela/Crise

Após derrota para oposição, Maduro tenta reinventar chavismo na Venezuela

O chavismo sofreu sua derrota mais severa da história nas eleições legislativas de domingo (6) na Venezuela. Com a divulgação dos resultados definitivos, a coalizão de oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD) obteve a maioria de dois terços na Assembleia Nacional. Diante da derrota, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu nesta terça-feira (8) a renúncia de seus ministros, visando uma "reestruturação necessária" do governo. Ele busca reinventar o projeto socialista, criado por Hugo Chávez há 16 anos, diante do descontentamento da população com a grave crise econômica do país.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Fuente: Reuters.
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Maduro pediu, em seu programa semanal na TV, que todos os integrantes do Conselho de Ministros entreguem seus cargos "para que haja um processo de reestruturação, renovação e impulso profundo de todo o governo nacional". "Isto é o que quero: uma agenda para a nova etapa da revolução, de profunda retificação!", manifestou o presidente.

Mais cedo, Maduro, que tem mandato até 2019, convocou o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) para uma jornada de consultas na quinta-feira (10), visando fazer "críticas e autocríticas construtivas" que definam ações de ajustamento do modelo socialista. Ao anunciar que a "revolução entra em uma nova etapa", o líder venezuelano detalhou que o processo interno de consultas deverá definir estratégias em matéria econômica e política, como medidas contra "a burocracia" e a "corrupção", assim como sobre a Assembleia, que agora está nas mãos da "contra-revolução".

O presidente também anunciou que baixará um decreto na sexta-feira (11) para garantir a estabilidade de emprego no país, durante os três próximos anos, isto é, até 2018.

Estratégia da oposição após vitória nas urnas indefinida

A oposição conquistou 112 das 167 vagas da Assembleia venezuelana. O PSUV obteve apenas 55 cadeiras. Com este número de deputados, a coalizão opositora supera a marca de dois terços necessária para grandes decisões, como criar ou suprimir comissões permanentes, aprovar e modificar leis orgânicas, submeter a referendo tratados internacionais e projetos de lei, remover magistrados do Supremo Tribunal de Justiça, designar os integrantes do CNE, aprovar projeto de reforma constitucional e até buscar retirar de maneira antecipada o presidente do poder.

Esta é uma situação inédita em um Parlamento que foi dominado pelo governo de esquerda desde 1999, quando Hugo Chávez, morto em 2013, chegou ao poder. Até agora, a oposição ainda não anunciou sua estratégia. A MUD convocou para amanhã uma reunião com todos os deputados eleitos para definir a ação necessária para responder às expectativas dos venezuelanos.
 

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